Temporada no inferno
ilustração:
“A snowball in hell, what chance has it got?”, ilustração de Udo J. Keppler, 1913
O Brasil e mundo vêm atravessando um período turbulento. A literatura e os livros, de maneira geral, sempre falaram de tempos difíceis – nada escapou a romancistas, poetas, contistas, ensaístas ou cientistas. O inferno ou situações infernais são a própria matéria-prima dos livros. Todo mundo já teve de enfrentar seu inferno, não importa qual seja ele ou se é o mesmo de uma geração, de um país ou até de todo o planeta. Todo mundo (até a bailarina!) já passou uma temporada no inferno.
Como forma de refletir sobre este período, promovemos de agosto a dezembro de 2020 a Temporada no inferno. Nela, a partir de 16 livros selecionados pela nossa equipe de curadoria, atravessamos os mais diversos infernos: das grandes guerras às piores pestes e epidemias, do racismo às ditaduras, das mais dolorosas perdas pessoais ao enclausuramento e à loucura. Para isso, contamos com a ajuda de escritores, pesquisadores, atores e músicos, incluindo Marilene Felinto, Pedro Paulo Pimenta, Bianca Santana, Alexandre Vidal Porto, Ing Lee, Joca Reiners Terron, Mika Lins e Maria Manoella, entre outros.
Também como parte da Temporada no Inferno, convidados amigos da Megafauna para ler e comentar trechos de algumas de suas representações favoritas de situações infernais na literatura e em outras formas de arte. O resultado não poderia ser mais diverso. Nenhum convidado escolheu um autor ou livro já citado. Itamar Vieira Junior Luiz Antonio Simas deu voz ao drama das pessoas em situação de rua retratado por João do Rio em A alma encantadora das ruas, Renata Sorrah leu um poema de O que o sol faz com as flores, de Rupi Kaur, sobre violência sexual, Alaíde Costa cantou a dor de um coração partido em sua performance de "A dama de vermelho", valsa de Alcyr Pires Vermelho e Pedro Caetano, e por aí vai.
Os principais conteúdos da Temporada no Inferno você encontra reunidos aqui no site.
Bem-vindos à nossa primeira temporada!
