SIMONE CAMPOS
Futuro do pretérito
“Aqui estou vestida de Change Mermaid, do esquadrão de heróis japoneses Changeman, aos 7 anos. Eu queria ser uma heroína espacial cheia das tecnologias quando crescesse… talvez meio ciborgue (como a androide Anri, de Jaspion). Eu imaginava o futuro como uma mistura de Blade Runner com Jaspion, já meio distópico e hostil. Continuo não achando as perspectivas boas, mas hoje gostaria de um futuro em que a desigualdade social fosse coisa do passado, com renda mínima, moradia e médicos para todos. Adoraria que a preservação da natureza fosse o foco e que predominasse o uso de energias renováveis, em vez de ricos querendo dar o fora da Terra e manter suas mordomias em Marte.”
(Simone Campos)
::
Quando você era criança, como imaginava o futuro? E como é o futuro que você quer agora? Como parte da nossa Temporada no Futuro, compartilharemos aqui as lembranças e expectativas que escritores, músicos e, artistas tinham na infância em relação ao futuro, mostrando assim como a ideia do porvir se transforma com o tempo e como pode ser bom revisitar o passado para imaginar e realizar momentosum presente e um futuro melhores.
::
SOBRE A CONVIDADA
Simone Campos nasceu no Rio de Janeiro, em 1983. Doutora em Teoria da Literatura e Literatura Comparada (Uerj), é escritora e tradutora. Publicou os romances “No shopping” (2000), “A feia noite” (2006), “A vez de morrer” (2014) e acaba de lançar “Nada vai acontecer com você” (2021). Traduziu “Os testamentos” (2019), de Margaret Atwood, e “A garota no trem” (2015), de Paula Hawkins.