Descrição
O artista Yhuri Cruz apresenta a primeira fotonovela de sua pesquisa Pretofagia, uma história de amor e fuga em três capítulos, inspirada nos personagens do romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves. A artista chinesa Pixy Liao desafia o machismo presente nas representações dos gêneros na história da arte ao produzir retratos irônicos com seu parceiro. A pesquisadora Holly Roussel apresenta o trabalho de Liao a partir da série Relacionamento experimental (2007 até o presente). Como se elimina a violência da fotografia por meio das fotos? Os registros de casamento feitos pelo artista Sabelo Mlangeni evocam o peso e a delicadeza que conformam as relações amorosas no continente africano. Para o crítico Athi Mongezeleli Joja, os “antirretratos” de Mlangeni subvertem o cânone da fotografia sul-africana, recusando seus clichês e sua atitude de confronto. Fotografias anônimas, encontradas em feira livre do Rio de Janeiro, revelam personagens ausentes dos cartões-postais da orla carioca. Inspirada em um beijo da praia do Flamengo, a escritora Eliana Alves Cruz reflete em conto sobre a visibilidade pública dos gestos de afeto entre pessoas negras. Em colagens e pinturas provocadoras, feitas a partir de fotografias, o artista Sidney Amaral (1973-2017) revela um olhar para o mundo como lugar de encanto e luta, beleza e ruína, tesão e morte. Para a curadora Luciara Ribeiro, Amaral expressou angústias privadas e fragilidades coletivas em sofisticadas metáforas visuais. A fotojornalista Gabriela Biló expõe os bastidores da profissão ao rememorar atos recentes da política nacional em Brasília: a posse de Lula, a invasão dos palácios do governo e o dia em que foi acusada de atirar no presidente. Na série inédita Arapuca (2023), capa e pôster da edição, a artista Renata Felinto apresenta colagens que expõem a batalha histórica contra os sistemas de vigilância, opressão e controle social. “A possibilidade de futuro próspero passou a ser filtrada pela imagem, determinando as pessoas que teriam, ou não, as características aspiradas para viverem esse futuro”, escreve Felinto. A partir da perspectiva Guarani, a curadora indígena Sandra Benites conversa com a parceira de trabalho Clarissa Diniz sobre a ética e a política no mundo da arte, reafirmando o compromisso da curadoria, da educação e das lutas sociais de movimentar as imagens. Com fotos de Edgar Kanaykõ Xakriabá, André Vilarón e João Zinclar. Inspirada no romance homônimo de Ralph Ellison, a fotógrafa Ming Smith elaborou a série Homem invisível (1988-91), com fotografias de atmosfera impressionista que transmitem a fugacidade e a vibração da vida negra nos Estados Unidos. “A fotografia é uma manifestação visual da opressão estrutural”, como escreve a curadora Oluremi C. Onabanjo. Em autorretratos performáticos, a artista austríaca VALIE EXPORT lança-se sobre a cidade para tensionar as fronteiras entre o espaço público e o privado. As ações de EXPORT são destacadas pelo curador Walter Moser por sua inovação estética aliada à crítica feminista pioneira.
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