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Sujando o ninho
Luiz Meyer
Iluminuras

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A expressão “sujar o ninho” se refere ao ato de atacar o lugar mesmo que nos acolhe, aquele onde vive nossa primeira identidade. Este livro é um registro do percurso do olhar do poeta desde seu ninho, refletindo sobre o que lhe diz cada coisa, cada elemento que compõe sua pessoa e participa do constructo que é sua vida.Os poemas visitam o universo ilimitado da memória para falar do espanto e da nódoa de estar no mundo, mas também de ternura e desamparo. E o fazem com brio: a poesia de Luiz Meyer surpreende ao não se entregar ao que poderia haver de melancólico no sentimento de perda; ao contrário, é a voz de um poeta que conhece o valor do desaforo, da risada irônica para falar do que pesa.Partindo do que está mais perto — os afetos de fundação — e logo se estendendo mais e mais, alçando-se, o olhar sensível conquista o horizonte até além, até a esfera política (para o mundo) e religiosa (para os arcanos do espírito). O Brasil — o cadinho e a esbórnia — está presente, escangalhado pelos predadores de todos os tempos, até os atuais “conjurados do altiplano”. Em seguida, sempre ampliando o escopo do que é visto, vêm os arcanos judaico-cristãos: Abraão, venal, puxa-saco de Deus, e seu filho e vítima, Isaac, o inocente-básico. A fábula moral também está em Moisés, que ao trair o seio-mãe e se afastar da beleza, ao buscar o encontro com o divino, opta pelo combate, pela busca do poder, e encontra o vazio existencial… Em sua sensibilidade peculiar, a poética de Luiz Meyer exprime com veemência a dificuldade do encontro com o mundo. Ao mesmo tempo em que busca o rigor do significado, é uma linguagem que explora o prazer das palavras em várias vozes: a austera, do profeta, a descarada, do provocador, a obscena, do iconoclasta — e também a enternecida, ao falar dos primeiros afetos. A coda do livro é uma molecagem bem-humorada: descreve o velório do autor nos mínimos detalhes, planejado adrede. Ardiloso, o poeta “pula o quadro de acesso” e finaliza o assunto com um vigoroso “basta”.Heloisa Jahn

  • Páginas
    116
  • Encadernação
    BROCHURA
  • ISBN
    9786555191547
  • Peso
    270 gr
  • Formato
    20.5 × 13.5 × 1 cm

Descrição

A expressão “sujar o ninho” se refere ao ato de atacar o lugar mesmo que nos acolhe, aquele onde vive nossa primeira identidade. Este livro é um registro do percurso do olhar do poeta desde seu ninho, refletindo sobre o que lhe diz cada coisa, cada elemento que compõe sua pessoa e participa do constructo que é sua vida.Os poemas visitam o universo ilimitado da memória para falar do espanto e da nódoa de estar no mundo, mas também de ternura e desamparo. E o fazem com brio: a poesia de Luiz Meyer surpreende ao não se entregar ao que poderia haver de melancólico no sentimento de perda; ao contrário, é a voz de um poeta que conhece o valor do desaforo, da risada irônica para falar do que pesa.Partindo do que está mais perto — os afetos de fundação — e logo se estendendo mais e mais, alçando-se, o olhar sensível conquista o horizonte até além, até a esfera política (para o mundo) e religiosa (para os arcanos do espírito). O Brasil — o cadinho e a esbórnia — está presente, escangalhado pelos predadores de todos os tempos, até os atuais “conjurados do altiplano”. Em seguida, sempre ampliando o escopo do que é visto, vêm os arcanos judaico-cristãos: Abraão, venal, puxa-saco de Deus, e seu filho e vítima, Isaac, o inocente-básico. A fábula moral também está em Moisés, que ao trair o seio-mãe e se afastar da beleza, ao buscar o encontro com o divino, opta pelo combate, pela busca do poder, e encontra o vazio existencial… Em sua sensibilidade peculiar, a poética de Luiz Meyer exprime com veemência a dificuldade do encontro com o mundo. Ao mesmo tempo em que busca o rigor do significado, é uma linguagem que explora o prazer das palavras em várias vozes: a austera, do profeta, a descarada, do provocador, a obscena, do iconoclasta — e também a enternecida, ao falar dos primeiros afetos. A coda do livro é uma molecagem bem-humorada: descreve o velório do autor nos mínimos detalhes, planejado adrede. Ardiloso, o poeta “pula o quadro de acesso” e finaliza o assunto com um vigoroso “basta”.Heloisa Jahn

Informação adicional

Peso 0,27 kg
Dimensões 1 × 20,5 × 13,5 cm

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