Descrição
A poesia de Chantal Castelli percorre os espaços públicos e privados atenta aos rescaldos sociais, aos elementos que desumanizam a convivência e afastam de qualquer sentido de comunidade. A autora retrata um mundo onde “tudo cresce/ na direção errada”, mas seus poemas, atravessados por essa busca de espaços habitáveis, são uma lufada de vida, “como o resgate de formas cansadas/com a promessa de novas formas”.Poderíamos chamar a lírica de Castelli de “solidária”, pois se abre a uma variedade de vozes e relatos. São pessoas que tomam o poema como palco para contar sua história. Mas vale observar que resta uma sensação de distância intransponível entre quem conta e quem ouve essas narrativas (“você também desejava/ uma espécie de esquecimento”). Uma sensação de despaisamento do sujeito que busca orientar-se, que precisa de mapas, objeto presente em poemas como “Na Birmânia”, “Queimados” e “Intervalo” e que dá título a um deles.
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