Descrição
“Eu falarei da escrita feminina: do que ela fará. É preciso que a mulher se escreva: que a mulher escreva sobre a mulher, e que faça as mulheres virem à escrita, da qual elas foram afastadas tão violentamente quanto o foram de seus corpos.” Ensaio referencial para o feminismo desde sua publicação, nos anos 1970, “O riso da Medusa” se constrói a partir da incômoda ausência de vozes femininas entre tudo o que circula na paisagem da literatura, da teoria e da crítica. Se o mito da Medusa alude à castração da mulher, a um sentido negativo e monstruoso historicamente atribuído a uma falta do falo, este texto de Hélène Cixous evoca a urgência de que as mulheres afirmem sua presença no texto. Para a autora, pioneira nos estudos de gênero na Europa, longe de se opor ao masculino, o feminino é indefinido, imprevisível na afirmação de sua diferença: a escrita feminina surge quando a mulher toma posse de seu corpo. E então passa escrever, com prazer, em sentidos sempre renovados pela imaginação. Sem censuras. Sem decapitações. Sem cobrir com a mão o próprio riso.
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