Descrição
O mundo mutilado reúne poemas em torno das migrações, sobretudo na Europa, mas conectado aos temas da diáspora negra, das imigrações para as Américas e dos deslocamentos, com reflexos na linguagem e na percepção artística. Os versos se concentram no drama contemporâneo das migrações, sobretudo no movimento recente, a partir de 2013, quando barcos cheios de pessoas fugindo do litoral norte-africano tentaram entrar na Europa pelas fronteiras marítimas do Mediterrâneo. São 53 poemas, divididos em seis partes: “A fera”, “Gente que parte”, “Antilíngua”, “Memória do inferno”, “Rosa dos ventos” e “Novo ensaio sobre a chegada”. As reflexões e as imagens poéticas ligadas aos dramas dos migrantes se adensam e extrapolam os limites dos acontecimentos históricos recentes para alcançar uma meditação sobre a condição do deslocamento e seus reflexos na linguagem e no encontro entre culturas. As influências da autora vão de poetas como Bertolt Brecht, Mariella Mehr, Agota Kristof e Sylvia Plath a pensadores como Pier Paolo Pasolini, Aimé Césaire, Dany Laferrière e Walter Benjamin. Sua poesia lança mão daquilo que a escritora alemã Herta Müller chamava de “olhar estrábico”: uma observação ligeiramente deslocada, um olho atento e crítico a cada uma das culturas que nos habitam. A edição traz na capa e na contracapa (verso da capa) imagens da série Storni, da artista e tradutora suíça Anna Allenbach. A capa e o projeto gráfico do livro são da diretora de arte da Quelônio, Sílvia Nastari.
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