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O maior caubói do mundo & outros gigantes
Cesare Rodrigues
Editora Corsário-Satã

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O maior caubói do mundo & outros gigantes é o segundo livro de poemas de Cesare Rodrigues. Sobre O maior caubói do mundo & outros gigantes, diz o poeta Leonardo Gandolfi: É como se Cesare Rodrigues, neste livro, fizesse o papel de João. O menino que escala o imenso pé de feijão, entra no território do gigante e lá, em meio a mil aventuras, consegue capturar a galinha dos ovos de ouro. A diferença aqui é que o castelo do gigante não fica acima das nuvens. Na verdade, o gigante aqui nem mesmo mora num castelo. Além disso, os ovos da galinha nem de ouro são. Mas o gigante cai e cai de uma altura enorme. Cai como cai do cavalo o caubói alvejado por bala ou flecha. Melhor ainda, cai como quem perde o chão sob os pés, como se perdem os sentidos numa queda, tal qual disse, um dia, certo imenso poema de amor. Em outras palavras: “Tem coisas que precisam ser ditas com as palavras erradas./ Tem outras que só se fala com o tijolo na mão.” E, de tijolo em tijolo, este livro constrói um palco onde, diante do público, somos nós que caímos. É quando ouvimos aquelas risadas mecânicas que se repetem e se repetem até percebermos que, mais do que rir de nós, estão rindo de nervoso. E então é como se o poeta também fizesse o papel de gigante de quem o pequeno herói, depois de escalar o pé de feijão, rouba a galinha dos ovos de ouro. Mas, como já sabemos, os ovos da galinha nem de ouro são. Quanto ao gigante, ele continua caindo. Cesare Rodrigues faz circular, por seu palco, uma série de personagens, figuras que sempre retornam. E, justamente por retornarem, criam um circuito fechado e, ao mesmo tempo, um curto-circuito, o que produz a energia corrente entre as palavras deste astuto e bem-humorado livro de poemas. Sim, estamos diante de um livro de poemas com palco e também diante de uma força enciclopédica em que singulares referências culturais se justapõem e se articulam, muitas vezes em forma de lista, criando um jogo, a uma só vez, fabuloso e crítico. O que, por certo, transforma estes textos em verdadeiras caixinhas de surpresas. Jogar o jogo é abri-las. É então que encontramos mais caixas, uma dentro da outra. Feito os anéis das cebolas que descascamos chorando e rindo. Nesse sentido, os versos de Cesare Rodrigues são irmãos mais novos dos verbetes do Dicionário do Diabo, cujo autor, Ambrose Bierce, aliás, é protagonista aqui, ao lado de Eddie Carmel, Lee Marvin e outras tantas figuras que tropeçam antes de cair. Por falar em afinidade, os poemas deste livro também estão, espirituosamente, ao lado de certos textos de Lydia Davis ou Sebastião Uchoa Leite. Como se esses dois autores fossem um mesmo e surpreendente escritor que começasse “a decorar os poemas/ antes das traças chegarem” e destruírem tudo. Escrever poemas novos como quem decora os antigos, respeitando apenas uma lei, a da metamorfose.

  • Páginas
    80
  • ISBN
    9786599746208
  • Peso
    300 gr

Descrição

O maior caubói do mundo & outros gigantes é o segundo livro de poemas de Cesare Rodrigues. Sobre O maior caubói do mundo & outros gigantes, diz o poeta Leonardo Gandolfi: É como se Cesare Rodrigues, neste livro, fizesse o papel de João. O menino que escala o imenso pé de feijão, entra no território do gigante e lá, em meio a mil aventuras, consegue capturar a galinha dos ovos de ouro. A diferença aqui é que o castelo do gigante não fica acima das nuvens. Na verdade, o gigante aqui nem mesmo mora num castelo. Além disso, os ovos da galinha nem de ouro são. Mas o gigante cai e cai de uma altura enorme. Cai como cai do cavalo o caubói alvejado por bala ou flecha. Melhor ainda, cai como quem perde o chão sob os pés, como se perdem os sentidos numa queda, tal qual disse, um dia, certo imenso poema de amor. Em outras palavras: “Tem coisas que precisam ser ditas com as palavras erradas./ Tem outras que só se fala com o tijolo na mão.” E, de tijolo em tijolo, este livro constrói um palco onde, diante do público, somos nós que caímos. É quando ouvimos aquelas risadas mecânicas que se repetem e se repetem até percebermos que, mais do que rir de nós, estão rindo de nervoso. E então é como se o poeta também fizesse o papel de gigante de quem o pequeno herói, depois de escalar o pé de feijão, rouba a galinha dos ovos de ouro. Mas, como já sabemos, os ovos da galinha nem de ouro são. Quanto ao gigante, ele continua caindo. Cesare Rodrigues faz circular, por seu palco, uma série de personagens, figuras que sempre retornam. E, justamente por retornarem, criam um circuito fechado e, ao mesmo tempo, um curto-circuito, o que produz a energia corrente entre as palavras deste astuto e bem-humorado livro de poemas. Sim, estamos diante de um livro de poemas com palco e também diante de uma força enciclopédica em que singulares referências culturais se justapõem e se articulam, muitas vezes em forma de lista, criando um jogo, a uma só vez, fabuloso e crítico. O que, por certo, transforma estes textos em verdadeiras caixinhas de surpresas. Jogar o jogo é abri-las. É então que encontramos mais caixas, uma dentro da outra. Feito os anéis das cebolas que descascamos chorando e rindo. Nesse sentido, os versos de Cesare Rodrigues são irmãos mais novos dos verbetes do Dicionário do Diabo, cujo autor, Ambrose Bierce, aliás, é protagonista aqui, ao lado de Eddie Carmel, Lee Marvin e outras tantas figuras que tropeçam antes de cair. Por falar em afinidade, os poemas deste livro também estão, espirituosamente, ao lado de certos textos de Lydia Davis ou Sebastião Uchoa Leite. Como se esses dois autores fossem um mesmo e surpreendente escritor que começasse “a decorar os poemas/ antes das traças chegarem” e destruírem tudo. Escrever poemas novos como quem decora os antigos, respeitando apenas uma lei, a da metamorfose.

Informação adicional

Peso 0,3 kg
Dimensões 18 × 12 cm

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