Descrição
Quando Allen e sua irmã gêmea, Mary, tinham dois anos, os Shawn começaram a perceber sinais de que havia algo errado com a filha do casal. Aos oito anos, ela foi enviada para passar o verão em uma escola especial. O que era para ser uma ausência temporária acabou se transformando em uma internação permanente sem mais explicações, e Mary nunca voltou a viver no seio familiar. Posteriormente, sua condição seria diagnosticada como autismo acrescido de deficiência intelectual. Décadas mais tarde, ao investigar as origens de sua agorafobia em seu primeiro livro de memórias, Bem que eu queria ir, o compositor Allen Shawn compreendeu que sua angústia estava inextricavelmente ligada à história de sua família. Nesse relato, ele refaz o percurso de sua relação com Mary, desde o berço partilhado nos primeiros meses de vida até a separação abrupta e radical, a fim de entender o papel que a condição de gêmeo e a perda traumatizante da irmã representaram em sua existência e em sua forma de perceber o mundo. Allen perscruta os segredos e a intimidade de seus progenitores – o pai, William Shawn, era o lendário editor da revista The New Yorker e manteve durante décadas, e com anuência da esposa, um caso extraconjugal com a jornalista Lilian Ross – e analisa que impacto tiveram na dinâmica familiar. Revisita autores e textos clássicos sobre o autismo, expõe de maneira clara as diversas formas de tratamento e ainda apresenta a compreensão sobre a doença na década de 1950, quando Mary foi internada, e hoje. Franco, emocionante, vívido e delicado, o relato de Shawn vai além daquilo a que se propõe: ao término dessa jornada em busca de um afeto perdido, o leitor partilha com o autor a dor de uma perda tão importante, mas também uma “certa ideia expandida do espectro humano”. “Extraordinário. Uma reflexão dura mas cheia de compaixão sobre a vida [de uma família].” – Michiko Kakutani, The New York Times
Avaliações
Não há avaliações ainda.