Descrição
Como uma “história da poesia negro-brasileira que ainda trilharemos”, a poeta Lubi Prates reúne neste livro 20 poemas de 19 jovens poetas negros/as/es, constituindo um “poemário que não se quer branco”, como nos versos de Rafaela Miranda. Aqui, a palavra atravessa: montanha, vulcão, abismo, dores, rancores, racismo — memórias. É o fio que conduz, desenha e descobre o eu, ecoando o poema de Júlia Batista. Tal como o tempo, passa “por cima. por dentro. por tudo.” (Hilário Zeferino). Nos ossos, no tamborim, na ginga, num “rap, a dance, a poem”. Na poética que atravessa múltiplas linguagens, a poesia afirma-se: “é minha única arma (Negra)”, como lemos em Ana Luiza Ferreira. Em suas trajetórias muito peculiares, ao mesmo tempo esses escritores tangem a experiência de muitos negros/as/es em um país extremamente racista e violento. Por vezes, os poemas atravessam gerações, reencarnam, reencenam: “quem pensa no peso que suporta as mãos das mulheres cor de madrugada?” (Bianca Chioma). Destes poemas nascem futuros, mesmo que a contemplar as avós, os ancestrais. Um futuro no qual, como escreve Lubi Prates, seja possível viver, no qual “cada vez mais vozes como essas — de poetas negros/as/es, mulheres, trans, nortistas e nordestinas/os/es — falarem e forem verdadeiramente escutadas, transformando a sociedade”.
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