Descrição
Meu primeiro encontro com Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra aconteceu em 2015, durante o doutorado-sanduíche que realizei na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Planejei ler o livro na biblioteca do campus, mas, logo nas primeiras páginas, fui me dando conta de que a narrativa me interpelava de tal maneira que era preciso estar em espaço privado. Fui pra casa. No meu quarto, pude chorar, respirar, voltar a ler, chorar de novo. As experiências narradas por bell hooks mesclavam-se às minhas: a dor pelo recente término de um longo casamento, a vergonha de revistar memórias da infância, a angústia com a escrita. Seu texto me tocou como uma espécie de convocatória: aprenda a usar sua voz por meio de um dizer comprometido com a liberdade humana. Hoje percebo que Erguer a voz articula simultaneamente corpo (a voz), prática (a coragem) e ética (compromisso com a dignidade humana). Três dimensões fundantes nos projetos políticos feministas. Seguimos por essas trilhas.
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