Descrição
É simples e arbitrária a formação dos códigos familiares. Os Gattai Amado não escaparam desse destino. O inventário realizado por Zélia neste livro arrasta consigo o grande manto da memória. Decidida a desvendar a origem de apelidos, gírias, manias e expressões de sua família, a autora começa como uma dicionarista, que percorre não só o léxico dos antepassados, mas também os códigos mais recentes adotados por ela, pelo marido Jorge Amado e pelos filhos João Jorge e Paloma, além daqueles criados ou inspirados por amigos como Pablo Neruda, Dorival Caymmi e Calasans Neto. Códigos, ela alerta, que devem ser pronunciados sempre “com sotaque” – pois uma maneira de falar não está só no que se diz, mas na maneira de dizer. Ditos cheios de humor, como “quem acha encaixa” (que fala da rapidez e da capacidade de improvisação) ou “tarde piaste” (modo gostoso de dizer que não há mais tempo de alterar uma situação), fazem parte do repertório da família. No avançar das páginas, o desfile dos códigos serve a Zélia para introduzir novas e antigas histórias da família e de sua vida. A um ponto que nos perguntamos se o interesse pelos códigos não é só uma desculpa para exercitar sua inquestionável vocação de contadora de histórias.
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