Descrição
A humanidade vem passando por um intenso e extenso processo de expropriação: nunca tantos povos, etnias e comunidades camponesas foram desalojados de suas terras como nos últimos quarenta anos. Na América Latina, esse processo foi impulsionado por ditaduras civis/militares que protagonizaram o desenvolvimento de uma agricultura sem agricultores mediante transformações (nas relações sociais e de poder) com o uso da tecnologia. Esse projeto desenvolvimentista volta a ser impulsionado, e dados de pesquisas demonstram que os conflitos envolvendo as populações tradicionais […] já ultrapassam os de trabalhadores rurais sem-terra, que até recentemente protagonizavam a maior parte dos conflitos no campo brasileiro. Registre-se que os sem-terra de hoje eram os com-terra de ontem, ou seja, os povos, etnias e comunidades camponesas.Desde o início do século XXI […] vem-se intensificando a concentração de poder sobre os recursos do território, atualizando a perversa tradição de injustiça fundiária vigente no país. Os textos aqui reunidos não só nos mostram com riqueza analítica todo esse processo em diferentes regiões do país, mas também nos dão uma visão de conjunto do desenvolvimento desigual e combinado e do potencial que nossa população detém para dar ensejo a outro projeto societário. Um trabalho para ser lido com proveito e um convite à ação.Carlos Walter Porto-GonçalvesCoordenador do Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades (Lemto) da Universidade Federal Fluminense (UFF).
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