Descrição
Pioneira da autoficção e da reflexão sobre os desafios do fazer narrativo autobiográfico, Annie Ernaux é autora de um dos projetos literários mais poderosos e originais de nossos tempos, o que lhe rendeu o prêmio Nobel de literatura de 2022. Sucesso de crítica e público no Brasil e no mundo, as quatro obras reunidas nesta caixa comemorativa representam marcos importantes na trajetória da autora, mas podem ser lidas em qualquer ordem. Seja para presentear, colecionar ou revisitar a obra de Annie Ernaux, esta caixa é uma forma de celebração de seu trabalho e um convite à descoberta de distintas facetas de uma escritora extraordinária.O LUGAR (1983) Primeiro lançamento da Fósforo, este é o livro que traz as bases do projeto literário da Ernaux. Nesta autossociobiografia, ela se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, numa mistura entre história pessoal e sociológica que décadas mais tarde serviria de inspiração declarada a expoentes da autoficção mundial e a grandes nomes da literatura francesa. A VERGONHA (1997) Um capítulo fundamental na construção do projeto literário da Ernaux, este livro traz uma semente que, anos depois, daria origem a Os anos. Com a linguagem cortante e desprovida de sentimentalismos pela qual ficou conhecida, a autora se debruça sobre um episódio de violência doméstica do pai contra a mãe quando tinha doze anos e põe em curso o doloroso processo de rememoração de uma experiência traumática, ao mesmo tempo que identifica nesse incidente a gênese de um sentimento que passaria a acompanhá-la para o resto da vida: a vergonha. O ACONTECIMENTO (2000) O mais urgente de todos os livros de Ernaux, sobretudo para leitores brasileiros, O acontecimento é o relato de um aborto ilegal realizado pela autora aos 23 anos. Em 1963, Annie Ernaux, então estudante de letras, engravida do namorado que acabara de conhecer. Sem poder contar com o apoio dele ou da própria família numa época em que o aborto era proibido na França, ela vive praticamente sozinha o acontecimento que tenta destrinchar neste livro quarenta anos depois, quando já é uma das principais escritoras de seu país. OS ANOS (2008) Neste que talvez seja o livro de Ernaux mais elogiado pela crítica, a escritora lança mão de um sujeito coletivo e indeterminado que ocupa o lugar do eu para dar à luz um novo gênero literário, no qual recordações pessoais se mesclam à grande História. Por sua prosa original, vemos passar seis décadas de acontecimentos, e
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