Descrição
Há mais de dez anos, o Instituto Acaia mantém espaços de ação socioeducativa dentro das favelas da Linha e do Nove, na região da Ceagesp, em São Paulo. Batizados Barracos-escola, eles oferecem a moradores de todas as idades atividades diárias de leitura, fazer manual e reflexão, além de orientações de saúde e reforço alimentar. Em Conexões (Letra da Cidade, 2022), educadores, psicólogos e profissionais de saúde que trabalham nos Barracos-escola relatam os desafios de promover a autonomia, ampliar o repertório e expandir as perspectivas de um público diverso e flutuante, em um cenário marcado pela desigualdade estrutural e a ausência do poder público. O livro será lançado no dia 7 de março, às 19h, na livraria Megafauna, com uma conversa sobre ações e políticas públicas de fomento às potências periféricas, que reúne a educadora Luciana Sunsum, coordenadora dos Barracos-escola, a pesquisadora Vanessa Marinho, que está à frente das ações educativas do Museu das Favelas, e Guiné Silva, sociólogo e coordenador de fomento da Fundação Tide Setúbal. Os Barracos-escola são hoje uma ação paralela e complementar ao ateliescola acaia, escola gratuita de educação infantil e ensino fundamental mantida pelo Instituto, e que atende 250 crianças das duas comunidades. A ideia de oferecer uma versão adaptada do modelo de trabalho socioeducativo do Acaia dentro das favelas surgiu da tentativa de entender as dinâmicas sociais que afetavam alunos e famílias. Conexões explora a origem dos Barracos-escola, a formação de sua equipe multidisciplinar, o estabelecimento da rotina do trabalho e a criação de estratégias para ajudar os frequentadores a construir uma relação com a leitura, exercitar a imaginação e se organizar. Abrangendo sessões de leitura mediada, rodas de conversa, refeições, mutirões de cuidados pessoais e orientações sobre higiene e saúde, o programa desenvolvido nos Barracos-escola tem seu auge nos saraus semestrais que tomam as vielas das favelas. Em 2022, partindo da leitura de Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, os frequentadores trabalharam identificando os sentimentos envolvidos na luta pela sobrevivência em uma situação de abandono do Estado, desvantagem social e violência. Os poemas compartilhados mostram uma identificação que vai além do óbvio. “O pobre tem cara de fome / mesmo quando come”, escreveu uma frequentadora de 11 anos. A série Cadernos Acaia apresenta o modelo de trabalho desenvolvido pelo Instituto Acaia em 25 anos de ação nas favela
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