Neste breve romance em que a atmosfera onírica se mescla à transcendência, um homem começa a dirigir sem rumo e, desconhecendo as próprias motivações, conduz seu carro até uma floresta. Logo escurece e começa a nevar. Obedecendo à lógica trágica e misteriosa que opera nos pesadelos — ou no encontro inescapável com o destino —, em vez de procurar ajuda, ele decide se aventurar, pela mata escura, onde se depara com um ser de brancura reluzente.
Como a voz que o protagonista escuta em sua errância, tudo nesta breve narrativa é ao mesmo tempo estranho e excessivamente familiar. Num jogo de claro e escuro, concreto e sublime, Jon Fosse tensiona a escrita num fluxo de consciência que escala rapidamente para uma voltagem inesperada, tragando o leitor e fazendo-o experimentar fisicamente a radicalidade de seu projeto literário.
Considerado um dos maiores escritores europeus da atualidade, frequentemente comparado a grandes nomes do século 20, como Beckett, Ibsen, Bernhard, Fosse é dono de uma vasta obra que se debruça sobre questões existenciais, explorando as temáticas da morte, do amor, da fé e do desespero. Sua escrita é construída de modo a replicar o ritmo e a repetição de uma oração, e a precisão obsessiva de seu trabalho fez com que ele ultrapassasse os limites do estilo para forjar algo próximo de uma nova forma literária, na qual a relação com a metafísica vai além do conteúdo, inscrevendo-se também na forma. Por isso, a experiência de ler seus livros é comparável à da meditação.
A singularidade da voz de Fosse também se deve ao fato de que ele é um dos poucos autores a escrever em neonorueguês, ou nynorsk — variante minoritária da língua, que seria uma compilação de dialetos falados sobretudo na costa da Noruega.
Brancura é a primeira obra de Jon Fosse após Septologia, o monumental romance que o consagrou como um clássico contemporâneo e lhe rendeu um lugar no panteão literário ao lado de seus mestres Faulkner, Woolf e Kafka. Meticulosamente traduzido por Leonardo Pinto Silva, que soube preservar o lirismo e a oralidade do idioma original, esta breve narrativa é uma excelente porta de entrada para a literatura do maior autor norueguês vivo e uma experiência literária única.
Descrição
Neste breve romance em que a atmosfera onírica se mescla à transcendência, um homem começa a dirigir sem rumo e, desconhecendo as próprias motivações, conduz seu carro até uma floresta. Logo escurece e começa a nevar. Obedecendo à lógica trágica e misteriosa que opera nos pesadelos — ou no encontro inescapável com o destino —, em vez de procurar ajuda, ele decide se aventurar, pela mata escura, onde se depara com um ser de brancura reluzente.
Como a voz que o protagonista escuta em sua errância, tudo nesta breve narrativa é ao mesmo tempo estranho e excessivamente familiar. Num jogo de claro e escuro, concreto e sublime, Jon Fosse tensiona a escrita num fluxo de consciência que escala rapidamente para uma voltagem inesperada, tragando o leitor e fazendo-o experimentar fisicamente a radicalidade de seu projeto literário.
Considerado um dos maiores escritores europeus da atualidade, frequentemente comparado a grandes nomes do século 20, como Beckett, Ibsen, Bernhard, Fosse é dono de uma vasta obra que se debruça sobre questões existenciais, explorando as temáticas da morte, do amor, da fé e do desespero. Sua escrita é construída de modo a replicar o ritmo e a repetição de uma oração, e a precisão obsessiva de seu trabalho fez com que ele ultrapassasse os limites do estilo para forjar algo próximo de uma nova forma literária, na qual a relação com a metafísica vai além do conteúdo, inscrevendo-se também na forma. Por isso, a experiência de ler seus livros é comparável à da meditação.
A singularidade da voz de Fosse também se deve ao fato de que ele é um dos poucos autores a escrever em neonorueguês, ou nynorsk — variante minoritária da língua, que seria uma compilação de dialetos falados sobretudo na costa da Noruega.
Brancura é a primeira obra de Jon Fosse após Septologia, o monumental romance que o consagrou como um clássico contemporâneo e lhe rendeu um lugar no panteão literário ao lado de seus mestres Faulkner, Woolf e Kafka. Meticulosamente traduzido por Leonardo Pinto Silva, que soube preservar o lirismo e a oralidade do idioma original, esta breve narrativa é uma excelente porta de entrada para a literatura do maior autor norueguês vivo e uma experiência literária única.
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