Descrição
‘Lous falava com conhecimento de causa sobre erotismo além dos clássicos, era leitor insaciável de livros libertinos e um apaixonado por fotografias obscenas. Na sua obra erótica, a mulher é tema central, é a musa sedutora, intrigante e inteligente. Nela, se por um lado, a mulher é o instrumento do diabo e é quem introduz o pecado ao mundo, como afirmava São Paulo, por outro lado, ela é independente e livre para sentir prazer. Sua obra erótica tinha por objetivo combater a hipocrisia sexual da sociedade e suas regras morais e ganhar leitoras, pois os homens já tinham esse tipo de literatura, dizia o escritor. A elas parece ter escrito ‘Três filhas da mãe’, pois assim se lê numa nota introdutória à obra: ‘Aviso à leitora – Este pequeno livro não é um romance. É uma história real até os mínimos detalhes. Eu nada mudei, nem o retrato da mãe e das três jovens, nem sua idade, nem as circunstâncias’. Se é autobiográfico, não se sabe dizer ao certo. ‘Três filhas da mãe’ é um clássico que conta as aventuras sexuais de um jovem que se envolve simultaneamente com uma prostituta e suas filhas nesse conturbado e apimentado relacionamento, Lous explora, entre outras facetas amorosas, o lesbianismo e o sexo interespécies. Ainda que alguns episódios, relatados pelas personagens femininas, se desenvolvam paralelamente à história principal, que se passa num quarto, tudo neles é sexo, não havendo quebra de tom na obra. Certa vez Baudelaire afirmou que ‘o pecado é monótono’, mas essa frase com certeza não se aplica a este livro de Pierre Lous, no qual o leitor encontrará os comportamentos sexuais e psicológicos mais diversos. Afirmaria que os pecados tradicionais da carne, estudados por Michel Foucault, são contemplados nesta breve história: adultério, fornicação e a corrupção de crianças. É uma leitura desconcertante que nunca deixa de fascinar.’ – Dirce Waltrick do Amarante
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