Descrição
Rabelais, ainda sob o pseudônimo de Alcofrybas Nasier, lança essa obra onde o foco é o pai de Pantagruel, o gigante Gargantua. A primeira edição, sem data, pode ter sido publicada em 1534. Na obra, Rabelais conta a estória de Gargantua: seu estranho nascimento pela orelha, sua genealogia, seu apetite gigantesco, sua precocidade, educação, e muito mais em episódios inesquecíveis. No prólogo, o autor convida o leitor a encontrar o sentido profundo do livro, como um cão que mordendo o osso encontra ali o tutano “substantífico”. O livro está profundamente inserido nas conjunturas sociais de seu tempo e igualmente do mundo de hoje: guerras injustas, intolerância, imperialismo, radicalização religiosa entre conservadores e reformistas, bem como novas propostas para uma educação humanista. Todos esses temas passam pelo crivo da sátira rabelaisiana, em episódios tornados clássicos, tais como o delírio de poder do invasor Picrocole (Bile Negra), numa caricatura do imperador Carlos v, mas corrosivamente apropriada ao mundo contemporâneo. Na obra, Rabelais apresenta pela primeira vez seu notório personagem, frei Jean (“do Picadinho”), e encerra o livro com a famosa descrição de um mundo utópico, na Abadia de Thélème, onde o lema é faça o que quiser. No livro também desponta o evangelismo reformador de Rabelais, razão de seus problemas com os teólogos da Sorbonne. O âmbito linguístico de Rabelais é perene desafio ao tradutor pela sua plasticidade e pelas particularidades do francês do século dezesseis. A isso somam-se trocadilhos intraduzíveis, listas, poemas rimados, nonsense, arcaísmos e neologismos. Rabelais escrevia com vários compêndios abertos sobre a mesa.Obra genial, o livro é parte do projeto já concluído e sendo publicado pela Ateliê Editorial, das Obras Completas de Rabelais por Élide Valarini Oliver. A estudiosa põe à disposição do leitor um aparato de leitura que compreende introdução, comentários e notas.
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