Descrição
Neste livro está em questão o capitalismo pós-colonial. É preciso pensar nas condições históricas, antropológicas e epistemológicas de novas formas de produção de riqueza material e simbólica dum modo de produção não capitalista. Desde o final do século XX, as lutas anticapitalistas têm um fundo comum: a perspectiva anticolonial. No passado, as colônias representaram para o capitalismo europeu nascente um campo de criação de dispositivos de exploração e acumulação que, uma vez desagregado o colonialismo, continuaram a circular pelo planeta, tornando global a experiência antes restrita às colônias. O “pós” da condição pós-colonial é pensado por Mezzadra a partir dessa mutação. A “assim chamada acumulação primitiva” não é o passado, ela se repõe hoje em todo o mundo. Nesse campo se dão as lutas anticoloniais e o saber que produzem. Eis seu caráter imediatamente global: elas desarticularam a diferença entre Ocidente e colônias. Daí a centralidade de noções como subalterno, modo de produção e multidão, que Mezzadra trata criticamente a partir de Marx, Negri, Chakrabarty, Guha, Saïd, Mbembe, Spivak e Foucault. Este volume apresenta o trabalho de um dos estudiosos que mais contribuíram para a recepção italiana de temas e autores pós-coloniais. Professor de filosofia política na Universidade de Bologna e cofundador do coletivo euronomade.info, Sandro Mezzadra investiga as características salientes da condição pós-colonial, questiona o papel desempenhado pela experiência colonial na definição da história e dos conceitos políticos fundamentais da modernidade, traça o legado do colonialismo nas políticas e questões de controle da migração europeia e apresenta a contribuição que os estudos pós-coloniais podem dar a uma teoria crítica da política capaz de enfrentar os desafios do mundo global contemporâneo.
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