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Rachaduras
Natalia Timerman
Quelônio

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Rachaduras, estreia na ficção de Natalia Timerman, elenca 22 contos que falam dos dilemas do desejo em uma sociedade marcada por insatisfações, medos inconscientes, impasses sociais e pela agitação dos acasos cotidianos. Os textos da autora apresentam uma escrita ao mesmo tempo segura e experimental, tendendo ao poético, por meio de uma prosa límpida e permeada de oralidade, própria de uma expressividade inventiva e repleta de meandros significativos.

O livro é dividido em três partes. “Felizes para sempre”, a seção de abertura, traz histórias de casamentos, vida com os filhos, noites atormentadas pela insônia e pelo ímpeto de mudança, pela aposta de, uma vez mais, alcançar o prazer incerto da vida diária. A promessa de felicidade duradoura se esvai nos meandros do cotidiano atarefado, no desgaste e nas pequenas fissuras das relações.

O teor irônico do nome da primeira seção se repete na segunda parte, “Príncipes e princesas”, onde personagens em busca do amor romântico, ou simplesmente de satisfazer suas ilusões de paixão e interesse pelo outro, terminam por se desencontrar ou se desinteressar mutuamente. Em alguns dos contos a interferência das novas tecnologias indica que — além de facilitar a comunicação — as redes sociais, o celular e outros canais de informação também contribuem para os descaminhos dos desejos.

A terceira parte, que fecha o volume, intitula-se “Outros planos”. Os contos ganham um alcance temático mais amplo e se abrem para experiências da conflagração do espaço urbano, da desigualdade e das diferenças agudas. A linguagem e a estrutura dos contos também se deslocam para uma elaboração mais tensa. Sobressai o uso de uma linguagem das ruas, das gírias e de falas involuntárias. A experimentação também atinge a própria estrutura do conto, que tende a outras formas, como a do prontuário, da crônica e do diário. Algo da experiência pessoal da autora como médica psiquiátrica também avulta nessa seção sobre o descentramento do eu em um mundo de fortes contrastes, diversidade e sofrimento emocional.

Como diz o escritor João Anzanello Carrascoza, no texto de orelha do livro, os personagens do livro estão “à caça de uma furtiva felicidade”. Para a escritora Giovana Madalosso, que escreveu um texto para a quarta capa do livro, os contos da autora são “escritos com o cérebro à flor da pele”. Neles, “atravessamos a superfície do banal para encontrar o subterrâneo complexo e muitas vezes inesperado das relações”.

Rachaduras marca a primeira publicação ficcional da escritora e psicoterapeuta Natalia Timerman, depois de sua aclamada estreia com Desterros (2017), um relato sobre a experiência da autora como médica psiquiátrica no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário de São Paulo.

  • Seção
    Ficção
  • Encadernação
    BROCHURA
  • ISBN
    9788593229534
  • Palavras-chave
    Contos, Literatura Brasileira

Descrição

Rachaduras, estreia na ficção de Natalia Timerman, elenca 22 contos que falam dos dilemas do desejo em uma sociedade marcada por insatisfações, medos inconscientes, impasses sociais e pela agitação dos acasos cotidianos. Os textos da autora apresentam uma escrita ao mesmo tempo segura e experimental, tendendo ao poético, por meio de uma prosa límpida e permeada de oralidade, própria de uma expressividade inventiva e repleta de meandros significativos.

O livro é dividido em três partes. “Felizes para sempre”, a seção de abertura, traz histórias de casamentos, vida com os filhos, noites atormentadas pela insônia e pelo ímpeto de mudança, pela aposta de, uma vez mais, alcançar o prazer incerto da vida diária. A promessa de felicidade duradoura se esvai nos meandros do cotidiano atarefado, no desgaste e nas pequenas fissuras das relações.

O teor irônico do nome da primeira seção se repete na segunda parte, “Príncipes e princesas”, onde personagens em busca do amor romântico, ou simplesmente de satisfazer suas ilusões de paixão e interesse pelo outro, terminam por se desencontrar ou se desinteressar mutuamente. Em alguns dos contos a interferência das novas tecnologias indica que — além de facilitar a comunicação — as redes sociais, o celular e outros canais de informação também contribuem para os descaminhos dos desejos.

A terceira parte, que fecha o volume, intitula-se “Outros planos”. Os contos ganham um alcance temático mais amplo e se abrem para experiências da conflagração do espaço urbano, da desigualdade e das diferenças agudas. A linguagem e a estrutura dos contos também se deslocam para uma elaboração mais tensa. Sobressai o uso de uma linguagem das ruas, das gírias e de falas involuntárias. A experimentação também atinge a própria estrutura do conto, que tende a outras formas, como a do prontuário, da crônica e do diário. Algo da experiência pessoal da autora como médica psiquiátrica também avulta nessa seção sobre o descentramento do eu em um mundo de fortes contrastes, diversidade e sofrimento emocional.

Como diz o escritor João Anzanello Carrascoza, no texto de orelha do livro, os personagens do livro estão “à caça de uma furtiva felicidade”. Para a escritora Giovana Madalosso, que escreveu um texto para a quarta capa do livro, os contos da autora são “escritos com o cérebro à flor da pele”. Neles, “atravessamos a superfície do banal para encontrar o subterrâneo complexo e muitas vezes inesperado das relações”.

Rachaduras marca a primeira publicação ficcional da escritora e psicoterapeuta Natalia Timerman, depois de sua aclamada estreia com Desterros (2017), um relato sobre a experiência da autora como médica psiquiátrica no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário de São Paulo.

Informação adicional

Dimensões 13 × 19 cm

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