Descrição
Depois de levar a arte do romance ao seu apogeu com Guerra e paz e Anna Kariênina — amplos panoramas que desenham com nitidez espantosa tanto o que se passa no interior do indivíduo como no conjunto das forças sociais —, Lev Tolstói, no auge de sua fama, dedicou-se a buscar uma forma minimalista, capaz de condensar nas poucas páginas de uma novela toda a riqueza e a complexidade de um grande romance.
Concebido ao longo de mais de uma década e publicado somente em 1911, um ano após a morte do autor, O cupom falso está estruturado em duas partes simétricas. Se, na primeira, a falsificação de um cupom (espécie de nota promissória com valor de dinheiro na sociedade russa da época) por um jovem estudante dispara uma sequência de acontecimentos catastróficos envolvendo múltiplos personagens, na segunda parte assistimos ao movimento reverso, em que as ações humanas passam do mal à redenção.
Mestre da arte narrativa, Tolstói alcançou em O cupom falso aquilo que a tradutora Priscila Marques definiu com exatidão, no posfácio, como “uma forma justa” — isto é, uma forma literária capaz de expressar artisticamente sua implacável sede por justiça e verdade.
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