beatriz rgb

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Futuro do pretérito

“quando eu era criança, ficava mais tempo imaginando outros seres em histórias de mundos diferentes, gostava mesmo de livros e filmes de fantasia. pensar sobre o futuro me gerava tanta  ansiedade que eu dava um jeito de desviar. hoje, essa ansiedade ainda existe, mais elaborada e também mais funda. tento canalizá-la como imaginação, não tanto em direção a outros mundos fantasiosos (ainda que com eles tenha aprendido muito), mas rumo ao que é preciso para viver junto a outres no fim deste mundo, desta ordem das coisas que é inviável. o fim do sujeito, abrir caminho à nossa existência vital como monstres, para construirmos outras formas de respeito e/m cuidado juntes, amor e/m desejo. entre espécies e/m espaços, que vivam todes. que nos envolvamos (mais) em traduções, sempre tentativas, que permitam que nos falemos em nossas línguas e nos escutemos. que conversemos sobre as formas, provisórias, mutáveis, plurais, para (des)fazer e sustentar (ou não) o que for necessário às vidas.”

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Como você imaginava o futuro quando era criança? Hoje, quais são as suas expectativas ou desejos para o porvir? A cada semana, convidamos uma pessoa a responder essas perguntas como parte da nossa Temporada no Futuro. Acompanhe!

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beatriz rgb escreve, traduz, revisa, edita e pesquisa na área de Estudos da Tradução (UFSC). publicou a plaquete “with a leer of love” (2019) e o livro de poemas “querides monstres” (2021). É membre do coletivo Pontes Outras, ao lado de Emanuela Siqueira e Julia Raiz — com elas traduziu “Bash Back! Ultraviolência queer” (2020) —, e com Julia co-edita a revista “Arcana”.


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