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A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS
Bruno Bettelheim
Paz & Terra

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Em A Psicanálise dos contos de fadas, Bruno Bettelheim faz uma radiografia das mais famosas histórias para crianças, extraindo-lhes o seu verdadeiro significado.Os contos de fadas, considerados por pais e educadores até pouco tempo como “irreais”, “falsos” e “cheios de crueldade”, são, para as crianças, o que há de mais real, por lhes falar, em linguagem mágica sobre o que é real dentro delas. Os pais temem que os contos de fadas afastem as crianças da realidade, por meio do encantamento e da fantasia. Porém, o real, a que adultos comumente se referem, é o extremo, é o mundo circundante, talvez mais cruel do que o das fadas; o conto de fadas, por outro lado, fala de um mundo fantástico, que é bem mais real para as crianças. Isto fica ainda mais claro quando as histórias se situam na “Terra do Nunca”, ou no “Era uma vez um país muito longe…”, ou “Numa época em que os bichos falavam”, evidenciando, assim, que não se trata do aqui, nem do agora da realidade adulta, mas de um território fora do tempo e do espaço.Durante muito tempo, os contos de fadas jazeram esquecidos, desprezados e banidos sob a alegação de irreais e selvagens, em vista de suas tramas sempre altamente dramáticas.Depois que a psicanálise desmitificou a “inocência” e a “simplicidade” do mundo da criança, os contos de fadas voltaram a ser lidos (e discutidos) justamente por descreverem um mundo pleno de experiências, de amor, mas também de destruição, de selvageria e de ambivalências. A psicanálise provou que, na verdade, os pais temem que os filhos os identifiquem com bruxas e monstros, ogros e madrastas e, consequentemente, deixem de amá-los. Porém, ao contrário, podendo vivenciar tudo, identificando a si mesmos e aos pais com personagens dos contos, os filhos têm sua agressividade diminuída, podendo amar os pais de maneira mais sadia. O conto, assim, contribui para um melhor relacionamento familiar, desmanchando as fontes de pressão agressiva que poderiam ser dirigidas aos pais. Entretanto, a maior contribuição dos contos de fadas se dá em termos emocionais ao propor e, concretamente, realizar a fantasia, o escape, a recuperação e o consolo. Desenvolvem na criança a capacidade de fantasiar; fornecem-lhe escapes necessários falando a seus medos internos, a suas ansiedades e seus ódios, seja para vencer a rejeição (como em “João e Maria”), ou para enfrentar os conflitos edípicos com a mãe (como em “Branca de Neve”), seja para se portar diante da rivalidade com irmãos (como em “Cinderela”),

  • Seção
    Ensaios/Humanidades
  • Páginas
    448
  • Encadernação
    BROCHURA
  • ISBN
    9788577530380
  • Peso
    630 gr
  • Formato
    16 × 23 × 2.5 cm
  • Palavras-chave
    Fábulas, Psicanálise, Psicologia

Descrição

Em A Psicanálise dos contos de fadas, Bruno Bettelheim faz uma radiografia das mais famosas histórias para crianças, extraindo-lhes o seu verdadeiro significado.Os contos de fadas, considerados por pais e educadores até pouco tempo como “irreais”, “falsos” e “cheios de crueldade”, são, para as crianças, o que há de mais real, por lhes falar, em linguagem mágica sobre o que é real dentro delas. Os pais temem que os contos de fadas afastem as crianças da realidade, por meio do encantamento e da fantasia. Porém, o real, a que adultos comumente se referem, é o extremo, é o mundo circundante, talvez mais cruel do que o das fadas; o conto de fadas, por outro lado, fala de um mundo fantástico, que é bem mais real para as crianças. Isto fica ainda mais claro quando as histórias se situam na “Terra do Nunca”, ou no “Era uma vez um país muito longe…”, ou “Numa época em que os bichos falavam”, evidenciando, assim, que não se trata do aqui, nem do agora da realidade adulta, mas de um território fora do tempo e do espaço.Durante muito tempo, os contos de fadas jazeram esquecidos, desprezados e banidos sob a alegação de irreais e selvagens, em vista de suas tramas sempre altamente dramáticas.Depois que a psicanálise desmitificou a “inocência” e a “simplicidade” do mundo da criança, os contos de fadas voltaram a ser lidos (e discutidos) justamente por descreverem um mundo pleno de experiências, de amor, mas também de destruição, de selvageria e de ambivalências. A psicanálise provou que, na verdade, os pais temem que os filhos os identifiquem com bruxas e monstros, ogros e madrastas e, consequentemente, deixem de amá-los. Porém, ao contrário, podendo vivenciar tudo, identificando a si mesmos e aos pais com personagens dos contos, os filhos têm sua agressividade diminuída, podendo amar os pais de maneira mais sadia. O conto, assim, contribui para um melhor relacionamento familiar, desmanchando as fontes de pressão agressiva que poderiam ser dirigidas aos pais. Entretanto, a maior contribuição dos contos de fadas se dá em termos emocionais ao propor e, concretamente, realizar a fantasia, o escape, a recuperação e o consolo. Desenvolvem na criança a capacidade de fantasiar; fornecem-lhe escapes necessários falando a seus medos internos, a suas ansiedades e seus ódios, seja para vencer a rejeição (como em “João e Maria”), ou para enfrentar os conflitos edípicos com a mãe (como em “Branca de Neve”), seja para se portar diante da rivalidade com irmãos (como em “Cinderela”),

Informação adicional

Peso 0,63 kg
Dimensões 2,5 × 16 × 23 cm

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