Descrição
Em cada uma das narrativas chama a atenção, em primeiro lugar, o poder de concisão. Ao tratar de uma rica variedade de temas – na qual, aqui e ali, identificam-se recorrências que voltaremos a encontrar também nos romances do autor -, Kawabata sabe escolher o essencial, a palavra precisa, e descartar tudo o que não é absolutamente necessário. As imagens são fortes, a escrita é sinestésica e não há lugar para sentimentalismo, divagações e explicações. Muitas vezes encerra-se a leitura de um conto – que contém, numa média de duas a quatro páginas, tamanho que “cabe na palma da mão”, todo um universo dramático – sem a noção exata de seu significado. Paira no ar uma impressão, algo que, a um só tempo, é capaz de impregnar a imaginação do leitor e ficar além do seu entendimento. E então, em algum momento posterior, essa sensação difusa pode vir a se transformar em revelação plena de sentido. A morte, o amor, a infância, a cegueira, a sensualidade, os laços de família, os sonhos, as expectativas são alguns dos temas que perpassam os contos, e que muitas vezes nascem da observação do que há de mais cotidiano – e, nesse sentido, invisível – na existência. “[…] entre eles há algumas peças não muito razoavelmente fabricadas, mas há algumas boas, que jorraram de minha pluma naturalmente, de seu próprio aval. […] Vive neles o espírito poético de meus dias jovens”, disse o autor.
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