Descrição
Annete e Véronique observam a pintura de Francis Bacon na capa do livro de arte sobe a mesa de centro: «Crueza e esplendor», diz uma, «Caos e equilíbrio», a outra completa. Tulipas, clafoutis, cafés, um conflito e dois casais tentando resolvê-lo da maneira mais civilizada possível. Reunidos em um único cenário cujos elementos vão ruindo aos poucos, os personagens passam ao largo de cada tentativa de conciliação, e a ânsia por encontrar o justo equilíbrio e ordenar o caos resulta na exposição implacável da fragilidade, da ira, da incompreensão, de inúmeros pequenos desaforos que fazem pesar o ar do apartamento friamente decorado, sua arena, e chegam ao mais humano e ridículo (também risível) que pode existir em cada um de nós. Na peça O Deus da Carnificina a escritora e dramaturga francesa Yasmina Reza expõe a dificuldade de comunicação que impera entre nós, mesmo em um universo repleto de palavras, talvez justamente por seu excesso. A peça foi adaptada para o cinema pelo diretor Roman Polanski em 2011 e contou com a participação da escritora no roteiro.
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