Descrição
Nesta obra, Lauro Campos, um dos mais luminosos expoentes brasileiros da crítica marxista da economia política descortina a totalidade do edifício teórico keynesiano. A tese ousada expressa no título é a de enquadrar a teoria keynesiana como uma ideologia cuja função primordial seria a de sustentar um Estado capaz de ‘preservar as relações capitalistas, evitar o crescimento das forças produtivas, fazer com que o capitalismo sobreviva a si mesmo’. Conciliando envergadura teórica com escrita e exposição didáticas, A crise da ideologia keynesiana revela os pontos cegos do keynesianismo em seus próprios termos e evidencia diferentes aspectos das sucessivas crises inerentes ao capitalismo que não são contemplados pelo receituário keynesiano. Ao longo de 18 capítulos, o autor demonstra, ponto a ponto, os ‘mecanismos de distorção’ em operação na Teoria Geral, de Keynes, e os relaciona com as dinâmicas materiais e ideológicas do capitalismo no século XX. No plano teórico, trata-se de contribuição indispensável para entender a história econômica, política, social e ideológica do capitalismo. No plano político, Lauro Campos abre a guarda de Keynes e dos intelectuais social-democratas para uma retomada da provocação: reforma ou revolução?O veio crítico desta obra se revela ainda mais urgente hoje em um momento em que a contraposição ao inflamado falatório sobre ‘ajuste fiscal’ e austeridade pós-crise começa a aparecer justamente na forma de discursos econômicos e sociais de matriz keynesiana, marcados pela promessa traiçoeira de uma saída via crescimento, emprego e estabilidade. Nas palavras de Juliano Medeiros, presidente da Fundação Lauro Campos, ‘no caso brasileiro, onde as promessas de ‘desenvolvimento’ se viram frustradas, criticar a ideologia keynesiana torna-se mais do que uma necessidade: é uma obrigação entre aqueles que defendem uma nova forma de organizar a produção e a vida em sociedade.’Nessa segunda edição de A crise da ideologia keynesiana, totalmente revista e ampliada a partir do original, publicado há 35 anos, consta também o conjunto de anotações à margem de diferentes exemplares da primeira edição, de folhas soltas e de cadernetas produzidas pelo autor durante anos a fio, consolidando a edição definitiva de um clássico extemporâneo da crítica da economia política brasileira.
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