Descrição
Partindo de operações de segurança coordenadas pelo Exército, a jornalista Natalia Viana mostra um retrato profundo, por vezes sombrio, do que pode acontecer quando os militares dão as cartas em diferentes áreas da vida pública brasileira.
No domingo de 7 de abril de 2019, militares do Exército dispararam mais de oitenta tiros contra o carro onde estavam o músico Evaldo Rosa e sua família. Evaldo morreu no local. O catador de recicláveis, Luciano Macedo, que tentou socorrer a família, também foi atingido e morreu no hospital dias depois. Pelo menos desde 2010, a ação do Exército nas chamadas Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) teve como consequência a morte de inocentes.
Este livro pretende explicar com minúcia quais foram os danos colaterais que o uso crescente de militares em operações de segurança pública de civis trouxe para a nossa sociedade, além de explicitar as tensões cotidianas entre soldados e membros das comunidades em que foram estabelecidas forças de pacificação. Os danos colaterais podem ser poucos para efeitos estatísticos, mas têm desdobramentos enormes, e não só para familiares e amigos. Eles resultam numa gradual e constante perda da confiança na Justiça e representam uma ampliação do papel dos militares na política que parece ir na contramão do desenvolvimento de um Estado democrático.
Dano colateral conecta, com maestria, os acontecimentos ocorridos em complexos como o da Maré e do Alemão com ações políticas mais amplas no âmbito do governo federal e da justiça civil e militar.
“Dano colateral é fundamental para entender o Brasil nos dias de hoje.” — Bruno Paes Manso
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