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GETÚLIO VARGAS
Boris Fausto
Companhia das Letras

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Como pôde um caudilho, um estancieiro envolvido nas eternas querelas entre chimangos e maragatos, um gaúcho de botas, bombachas e chimarrão, um político eminentemente provinciano, ser o mais centralizador dos governantes brasileiros, combatendo duramente o regionalismo e erigindo o nacionalismo em ideologia? Como um ditador simpático ao fascismo se torna um líder de massas cultuado pela esquerda? Como esse homem dos campos e dos pampas presidiu o país durante a sua quadra histórica de industrialização mais acelerada?É partindo de perguntas como essas que o historiador Boris Fausto conduz sua investigação sobre esse fenômeno chamado Getúlio Vargas – com respostas que passam ao largo dos velhos chavões e do maniqueísmo. O político astuto e dissimulado era, mais simplesmente, um homem reservado. Tinha crenças arraigadas, mas fez do pragmatismo um norte na sua atividade política. Entre o estereótipo do benfeitor dos “humildes” e o manipulador das grandes massas, Boris Fausto escolhe as duas alternativas. Seu perfil de Getúlio é uma obra de síntese, que contribui para a compreensão não só da trajetória do “pai dos pobres” como dos impasses da formação nacional.Impasses que dizem respeito ao presente. Na seção final do livro, o autor inventaria e discute o legado da Era Vargas, debate que voltou à pauta no cinqüentenário da morte de Getúlio. A estrutura sindical corporativa, o salário mínimo e o esboço de criação de uma infra-estrutura industrial com a preservação da estrutura fundiária fazem parte desse legado.Algumas das características de Getúlio ajudam a entender por que ele os criou, como a crença na intervenção estatal na economia, o autoritarismo, o paternalismo, a profunda oposição ao liberalismo. Mas há outras determinações que estavam, e estão, nas condições mesmas do país. É o caso das necessidades de construir uma base de apoio popular, de não afrontar os interesses dos fazendeiros e de manobrar entre as grandes potências e empresas estrangeiras para atrair capitais.Boris Fausto tece lentamente todos esses fios, ligando o apogeu do poder de Getúlio ao seu passado, o seu modo de ser ao quadro histórico, a sua política aos limites impostos pela conjuntura e pelas condições estruturais do Brasil. O resultado é o painel de um político concreto, inclusive no perfil psicológico, e de sua época.

  • Seção
    Biografias/Memórias/Reportagens
  • Ilustração
  • Páginas
    264
  • Encadernação
    BROCHURA
  • ISBN
    9788535908145
  • Peso
    336 gr
  • Formato
    13.5 × 21 × 1.5 cm
  • Palavras-chave
    Política, República, Varguismo

Descrição

Como pôde um caudilho, um estancieiro envolvido nas eternas querelas entre chimangos e maragatos, um gaúcho de botas, bombachas e chimarrão, um político eminentemente provinciano, ser o mais centralizador dos governantes brasileiros, combatendo duramente o regionalismo e erigindo o nacionalismo em ideologia? Como um ditador simpático ao fascismo se torna um líder de massas cultuado pela esquerda? Como esse homem dos campos e dos pampas presidiu o país durante a sua quadra histórica de industrialização mais acelerada?É partindo de perguntas como essas que o historiador Boris Fausto conduz sua investigação sobre esse fenômeno chamado Getúlio Vargas – com respostas que passam ao largo dos velhos chavões e do maniqueísmo. O político astuto e dissimulado era, mais simplesmente, um homem reservado. Tinha crenças arraigadas, mas fez do pragmatismo um norte na sua atividade política. Entre o estereótipo do benfeitor dos “humildes” e o manipulador das grandes massas, Boris Fausto escolhe as duas alternativas. Seu perfil de Getúlio é uma obra de síntese, que contribui para a compreensão não só da trajetória do “pai dos pobres” como dos impasses da formação nacional.Impasses que dizem respeito ao presente. Na seção final do livro, o autor inventaria e discute o legado da Era Vargas, debate que voltou à pauta no cinqüentenário da morte de Getúlio. A estrutura sindical corporativa, o salário mínimo e o esboço de criação de uma infra-estrutura industrial com a preservação da estrutura fundiária fazem parte desse legado.Algumas das características de Getúlio ajudam a entender por que ele os criou, como a crença na intervenção estatal na economia, o autoritarismo, o paternalismo, a profunda oposição ao liberalismo. Mas há outras determinações que estavam, e estão, nas condições mesmas do país. É o caso das necessidades de construir uma base de apoio popular, de não afrontar os interesses dos fazendeiros e de manobrar entre as grandes potências e empresas estrangeiras para atrair capitais.Boris Fausto tece lentamente todos esses fios, ligando o apogeu do poder de Getúlio ao seu passado, o seu modo de ser ao quadro histórico, a sua política aos limites impostos pela conjuntura e pelas condições estruturais do Brasil. O resultado é o painel de um político concreto, inclusive no perfil psicológico, e de sua época.

Informação adicional

Peso 0,336 kg
Dimensões 1,5 × 13,5 × 21 cm

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