Descrição
Como reportar as vaias recebidas pela presidente da República num evento público? Como anunciar dias de total escassez de água no estado de São Paulo sem comprometer o governo? Até que ponto a comunicação pública pode ser considerada realmente pública no Brasil? Eugênio Bucci investiga e analisa neste livro as fronteiras da “supermáquina da comunicação oficial”, trazendo à tona uma realidade escandalosa e ainda pouco discutida, relativa aos interesses privados e às táticas de informação nas diferentes esferas do poder público. A ideia é desmontar uma “usina de propaganda ideológica” e autopromoção, que precisa ser revista. O jornalista, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ex-presidente da Radiobrás e membro do conselho da Fundação Padre Anchieta, fala com o conhecimento de quem acompanha de perto os movimentos do front. Orçamentos bilionários e manobras para tirar proveito de brechas nas leis estão em jogo numa guerra em que a sociedade paga para ter acesso à informação e recebe em troca outro tipo de serviço. Com uma investigação minuciosa, Bucci questiona os atores envolvidos (máquina pública, mercado privado, partidos políticos, estrategistas) e propõe alternativas com base em experiências de outros países, como a da BBC de Londres. Quando as semelhanças entre peças que divulgam ações governamentais, propaganda eleitoral e publicidade são tão evidentes, e as polarizações entre governos e imprensa, tão agudas, a comunicação pública padece e perde seus contornos. É preciso que Narciso se veja e seja visto como realmente é.
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